Vamos falar sobre resiliência.

 


A palavra resiliência vem do latim: Resilire, que significa “saltar para trás”, “voltar ao estado natural”. 

Os primeiros relatos que se tem da utilização da palavra resiliência foi feita pelo cientista Thomas Young em 1807. Ele a utilizou para retratar a capacidade de um corpo deformado por uma força externa voltar ao estado natural, quando esta mesma força é cessada.

O conceito de resiliência veio da física, significa a capacidade que alguns materiais têm de suportar grandes impactos de temperatura, pressão e depois conseguir se recuperar e voltar à sua forma original.

Ela também é utilizada na medicina, quando o indivíduo consegue encontrar um motivo para o que acontece com sua saúde. Na psicologia, o termo é usado quando o indivíduo se sobressai em momentos de pressão conseguindo assim tirar um melhor proveito de sua competência, inteligência e saúde.

Este conceito também foi emprestado para outras áreas e infere-se sobre a capacidade de lidar com problemas, crises, traumas, perdas, desafios e graves adversidades. Porém, se adaptar as mudanças, superando os obstáculos e não se abatendo diante deles.

O termo passou a ser empregado em várias áreas de estudo até chegar na administração em 1974. O qual, fala que uma empresa é resiliente quando passa por um momento de dificuldade e mesmo assim consegue se reerguer e sair vencedora.

Todos nós passamos por situações adversas, as quais, nos pedem capacidade de resiliência. Sabemos que algumas pessoas não possuem estas características, se abatem, sofrem, se entregam ao desânimo, enquanto outras, olham para frente, superam as adversidades e utilizam estas mesmas situações para seu crescimento, aprendizado e bem maior.

Ser resiliente é buscar o ponto de equilíbrio, o qual, vai ajudá-lo a administrar os momentos difíceis e transformá-los em experiências e oportunidades de mudanças. Aprendendo a ser flexível, terá mais autocontrole, maturidade, superando as adversidades e dando a volta por cima.

A psicóloga Marisa de Abreu Alves, faz uma análise em seu site, sobre algumas áreas, explicando como certas pessoas são capazes de se levantar mesmo depois um grande trauma:

  •  A biologia defende o ponto de vista de que cada ser humano é dotado de um potencial genético que faz com que ele seja mais resistente que outros;
  • A psicologia, vê a importância do relacionamento com a família, principalmente na infância, que vai construir a capacidade de suportar essas crises;
  • A sociologia diz que a influência da cultura, das tradições é que é importante;
  • A teologia vê a necessidade do sofrimento como fator de evolução espiritual: o “dar a outra face”.
Segundo José Roberto Marques, em seu Portal IBC, ele fala que estudiosos no assunto afirmam que precisamos da desordem, desse caos, para sobrevivermos e crescermos. O benefício advindo da experiência do estresse torna o ser humano melhor que antes.
Sabemos de várias histórias sobre nações, empresas, grandes homens e mulheres que superaram situações adversas, reagiram positivamente e se fortaleceram com as experiências difíceis, alcançando grandes realizações. Como exemplo, podemos citar:
Nelson Mandela, o qual, foi um advogado, líder rebelde, condenado à prisão perpetua em 1964 e liberto em 1990, depois de grande pressão internacional. Foi presidente da África do Sul de 1994 a 1999 e considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, pela sua luta contra o regime de segregação racial.
Charles Chaplin, este, foi abandonado pelo pai, quando criança, sua mãe veio a sofrer problemas mentais graves e teve que ser internada em um asilo. Chaplin teve que morar em lugares pobres de Londres, com seu irmão Sydney, até se tornar um importante ator, diretor de cinema, escritor, músico e roteirista britânico do século XX. É considerado um dos mais importantes nomes da história do cinema mundial.
Viktor Emil Frankl, psiquiatra, sobrevivente de quatro campos de concentração. Após ser separado de sua mãe, irmão e esposa, Viktor resiste aos horrores do local se concentrando no seu trabalho, com a ajuda de algumas folhas de papéis roubados do escritório nazista, o psiquiatra começava a escrever aquele que seria o seu livro de maior sucesso - “Em busca de sentido – Um psicólogo no campo de concentração.”
Na história da humanidade, os grandes resilientes foram justamente aqueles homens e mulheres que se propuseram mudar a sociedade e a cultura em que viviam, assumindo em si mesmos a tarefa de plasmar na sociedade seus próprios valores e ambições de transformação. ... O sujeito resiliente é um sujeito crítico de sua situação existencial. - Galende, 2004.
Com a crise financeira no Brasil, muitos postos de trabalho foram fechados, muitas empresas encerraram suas atividades, e com isso, empresas e colaboradores tiveram que resistir positivamente à pressão, aprender com as intempéries e assim, criar soluções para superar as adversidades, praticando a resiliência para sobreviver a esse período. 
Nestes momentos de crise, para que as empresas se reestruturem, elas precisam resolver seus dilemas econômicos de mercado e a tensão no ambiente de trabalho. É um momento difícil, pois, todos passam por tomadas de decisões, as quais, é preciso aplicar a capacidade de resiliência.
Foi feito um estudo na Fundação Getúlio Vargas, o qual, destacou que na administração de empresas, para desenvolver a resiliência organizacional é preciso que:
  • Desenvolva uma boa imagem junto à sociedade;
  • Tenha um líder carismático e reconhecido;
  • Tenha uma comunicação transparente;
  • Desenvolva vínculos com a comunidade em que a empresa está inserida (por meio de ações de responsabilidade social, por exemplo).
Segundo a pesquisa da FGV, outra ação fundamental é estimular a resiliência dos dirigentes e líderes da empresa, pois se eles não tiverem essa habilidade, dificilmente conseguirão manter as equipes seguras, satisfeitas e produtivas em momentos difíceis.
Dicas de como ser mais resiliente:
  1. Exerça a flexibilidade: capacidade de se adaptar, de não insistir em uma ideia ineficiente apenas por apego ou teimosia;
  1. Exerça o otimismo: capacidade de não se abater com situações difíceis, mas enxergar o lado positivo e desafiador diante dos momentos de crise;
  1. Exerça a empatia: capacidade de se colocar no lugar de outro;
  1. Exerça a autoconfiança: capacidade de ser convicto e capaz na realização de alguma coisa;
  1. Exerça a criatividade: capacidade de ter inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar e inovar;
  1. Exerça a autoeficácia: capacidade de planejar e executar ações específicas que ajude a atingir seus objetivos;
  1. Exerça a proatividade: capacidade de tomar a iniciativa de modo ativo, não apenas reagir ao que surge;
  1. Exerça a temperança: capacidade de controlar a impulsividade, a raiva e emoções que possam levar ao estresse, mantendo a tranquilidade, mesmo em situações difíceis;
  1. Exerça a autoestima: capacidade de se valorizar, se contentar com seu modo de ser e demonstrar, consequentemente, confiança em seus atos e julgamentos;
  1. Exerça a persistência: capacidade de ser perseverante, firme, na busca de atingir um objetivo e alcançar o que você deseja.
Atualmente, com o mercado mais competitivo e exigente, as empresas têm procurado pessoas mais resilientes e com capacidade de adaptação, pois consequentemente, elas saberão lidar melhor com conflitos e solucionar problemas com mais habilidade.
Portanto, é preciso aprender continuamente com as experiências de vida, sabendo defender-se, aceitar o apoio e sugestões de pessoas confiáveis, quando necessário, ter amizades, relacionamentos saudáveis e buscar sempre ser sua melhor versão, todos os dias.



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Cleide Vieira - Administradora, Gestora de Projetos. Criou o blog para apresentar temas sobre gestão, negócios, pessoas e recursos. 

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