Vamos Falar Sobre Mudanças No Ambiente De Trabalho?


"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças".Charles Darwin

Em um mundo globalizado, com o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais rápidas, as organizações tendem atuar em ambientes altamente competitivos e dinâmicos. Estes ambientes, exigem destas mesmas empresas a capacidade de mudança constante, para desafiar a concorrência acirrada.

As mudanças podem levar a pressões e conflitos que eventualmente ocasionariam em uma ruptura em algum ponto da empresa. A adaptação às mudanças é necessária, pois, os efeitos delas podem ser profundos nos seus receptores. É preciso implementá-las de forma eficiente e eficaz, para que as mesmas não se tornem ultrapassadas e obsoletas.

O conceito de mudança organizacional, de acordo com Chiavenato, é definido como “a passagem de um estado para outro. É a transição de uma situação para outra situação diferente. Mudança representa transformação, perturbação, interrupção, fratura, ruptura, reduzindo o risco de uma alteração ou novo sistema ser rejeitado pela empresa." 

E quais são os tipos de mudanças no ambiente de trabalho?

No ambiente de trabalho qualquer alteração que afete a maneira como os funcionários devam agir, pode ser descrita como mudança. E estas mudanças podem ser vistas de várias formas, tanto positivas quanto negativas. O importante é que a adaptação aconteça, pois na atualidade, a mudança pode ser considerada como um fator crítico de sucesso para qualquer organização.

As mudanças podem ser planejadas através de uma decisão consciente, para o melhoramento de processos, com base em estimativas e informações. E podem também não serem planejadas, como por exemplo, quando surge uma nova tecnologia, mudanças externas, as quais, a empresa precisa se adaptar rapidamente.

Para Chiavenato as mudanças organizacionais são divididas em quatro tipos:

  •      Físicas - incluindo instalações e equipamentos, métodos e processos de trabalho, produtos ou serviços;
  •      Lógicas - incluindo missão, objetivos e estratégias organizacionais, além de novas soluções;
  •      Estruturais - relacionadas às estruturas de cargos, níveis hierárquicos e redes de comunicação empresarial; e
  •      Comportamentais - referentes às atitudes das pessoas, aos conhecimentos e habilidades dos colaboradores, às relações interpessoais e sociais, e aos paradigmas organizacionais.

A mudança organizacional pode influenciar na maneira como os indivíduos agem e pensam. E com a revolução digital e as novas tecnologias, as relações entre os líderes e seus liderados vem se modificando. Atualmente, os líderes vêm atuando mais no desenvolvimento de pessoas, enquanto seus liderados, vão adquirindo um papel mais de protagonista.

As adaptações as mudanças são cada vez mais necessárias, elas atuam nos padrões de trabalho, nos valores dos indivíduos e no comportamento humano. E podem ocorrer nas organizações quanto as relações de espaço físico, lógico e estrutural e dos líderes e colaboradores quanto as relações comportamentais, interpessoais e sociais. 

As mudanças no ambiente de trabalho no pós-pandemia

Segundo uma pesquisa elaborada pela Fundação Instituto de Administração - FIA, "46% das empresas nacionais adotaram o modelo de trabalho remoto durante a pandemia em 2020." A pandemia do Covid-19 surpreendeu a maioria das pessoas, antecipando o futuro e isso gerou muitas mudanças no mercado de trabalho.

Esta crise antecipou a chegada de novas tendências, como o trabalho home office, a redução da jornada de trabalho, as barreiras do horário comercial e rotinas preestabelecidas e com isso, surgem novos comportamentos e habilidades que serão mais requisitados neste novo mundo.

Com a pandemia, algumas mudanças chegaram mais rápidas e foi preciso adaptação do mercado de trabalho, das empresas, dos líderes e dos colaboradores, já que, todos sofreram de alguma forma. Houve falência de empresas, demissões, mortes pela doença, diminuindo o número de colaboradores em muitas dessas organizações.

E de acordo com uma matéria da Forbes, a qual fala sobre "um estudo da McKinsey, este mostra que milhões de pessoas deverão migrar de profissões até 2030. São mais de 100 milhões de pessoas no mundo que terão seus empregos drasticamente afetados e necessariamente vão abraçar outras carreiras. Isso significa um em cada 16 trabalhadores das principais economias do mundo." Isso mostra que o mundo vem passando por mudanças muito rápidas no mercado de trabalho.

No pós-pandemia será necessária ainda mais adaptação às mudanças, pois, o mercado de trabalho que já vinha se modificando teve um crescimento exponencial de tendências. Isso mostra que a capacidade de adaptação e flexibilidade é importante para se adequarem a essa tamanha avalanche de informações e mudanças. 

Resistência às mudanças no ambiente de trabalho

A resistência à mudança consiste em quaisquer comportamentos dos funcionários destinados a desacreditar, atrasar ou impedir a implementação de mudanças associadas ao trabalho. Essa resistência tem seu lado positivo e negativo, pois ela traz discussões que devem ser avaliadas. 

Os funcionários resistem às mudanças porque elas ameaçam suas necessidades de segurança, interação social, status, competência ou autoestima. Ela ocorre também por hábito, por fatores econômicos, por medo do desconhecido e muitos indivíduos tendem a ignorar informações que possam questionar suas formas de pensar. 

Já na empresa, pode ocorrer pela inércia estrutural, foco limitado às mudanças, inércia do grupo, ameaça à especialização, ameaça às relações de poder estabelecidas e ameaça às alocações de recursos estabelecidas.

Existem outras causas para a resistência ou passividade, como as culturas organizacionais que supervalorizam a crítica de novas ideias. Existe alguns gerentes indecisos, que sofrem com a inércia da resolução de problemas. E alguns colaboradores que expressam seu apoio, porém, nos bastidores, resistem as mudanças e as ignoram no dia a dia.

Chiavenato classifica as resistências à mudança em três tipos:

  •    Resistências por aspectos lógicos - englobando objeções pessoais racionais, ligadas a interesses pessoais conscientes, tempo necessário para ajustar-se à mudança e esforço extra que será necessário, custos envolvidos e viabilidade do processo;
  •    Resistências por aspectos psicológicos - relacionados a atitudes pessoais, como medo do desconhecido, dificuldade para compreender a mudança, baixa tolerância a incertezas, falta de confiança nos demais membros da equipe, além da necessidade de segurança que determinadas pessoas possuem; e
  •     Resistências por aspectos sociológicos - ligados a interesses de grupos e a fatores sociais, como coalizões políticas, valores sociais opostos, desejos de reter colegas atuais, entre outros.

De acordo com vários autores, estes concordam que um dos maiores obstáculos na implementação bem-sucedida das mudanças nas organizações é o processo de resistência à mudança. Essa resistência pode começar com um indivíduo ou com um grupo, os quais, se opõem às mudanças. É importante que as empresas tenham as informações necessárias para traçar estratégias mais assertivas e rápidas.

Adaptação às mudanças no ambiente de trabalho

Para adaptar-se às mudanças, primeiro deve-se aceitá-la e saber que há diferentes tipos de mudanças organizacionais. Assim, será mais fácil criar estratégias para adaptá-las a rotina diária da empresa e criar uma nova perspectiva.

É fundamental que a empresa mantenha uma comunicação aberta com os funcionários e esteja disposta a ouvir seus questionamentos quanto as novas mudanças. É necessário também efetuar treinamentos, fornecer informações sobre as novas mudanças e dar um tempo para a adaptação de todos.

Em uma matéria publicada no Siteware fala que “De acordo com a a 17ª Pesquisa Anual Global com CEOs, realizada pela consultoria PwC e citada no relatório nacional Gestão da Mudança, 81% dos líderes afirmam que suas empresas têm realizado mudanças para se adaptar às necessidades do negócio. Uma mudança organizacional acontece sempre que há alguma alteração nas relações da empresa, seja em processos, recursos, no relacionamento interno, em produtos, etc. A proposta é sempre garantir alguma melhoria, que possibilite o negócio a crescer, independentemente da ação a ser tomada.”

E neste mundo globalizado é preciso se adaptar e lidar com as mudanças para fortalecer os laços profissionais. E nesta nova era das transformações digitais, é preciso ter paciência, ser flexível e saber que, com as mudanças também vem as oportunidades.


Assista também ao vídeo sobre este assunto no nosso canal do YouTube: VAMOS FALAR SOBRE GESTÃO?


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Cleide Vieira - Administradora com Habilitação em Comércio Exterior, Gestora de Projetos/Gestora de Processos/ Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching. Criou o blog para apresentar temas sobre gestão, negócios, pessoas, recursos e histórias. 

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