Vamos Falar Sobre Comunicação Não-Violenta?
A comunicação desempenha um papel fundamental nas relações humanas. Ela é essencial em nossa vida pessoal e profissional, para nos expressarmos, criarmos conexões, relacionamentos, darmos instruções, porém, nossas palavras e gestos são capazes de causar vários sentimentos em outras pessoas, eles podem ser positivos ou negativos.
A Comunicação Violenta não é apenas o ato de insultar, agredir ou gritar com seu interlocutor, ela pode aparecer de outras formas quando nos comunicamos com outras pessoas. Podem ser julgamentos, apontamentos, manipulações, coações, suposições convenientes em que a necessidade real do outro não é contemplada.
Enquanto que a Comunicação Não-Violenta é uma forma de comunicarmos com compaixão, empatia e respeito. É uma soft skill que nos leva a enxergar a relação que temos conosco e com os outros de uma forma mais consciente, sabendo ouvir o que de fato foi dito pelo outro e expressando o que de fato queremos dizer.
Como Surgiu a Comunicação Não-Violenta?
Nos anos 60, o psicólogo americano Marshall Rosenberg desenvolveu interesse em entender melhor
o que leva alguns seres humanos a se comportarem de forma violenta e abusiva.
Ele quis compreender também que tipo de educação seria útil na tentativa de
permanecermos compassivos, mesmo quando os outros se comportavam de forma
violenta ou exploradora.
Durante o movimento a favor dos diretos civis e contra a segregação
racial nos Estados Unidos, Rosenberg atuou como orientador educacional em
instituições de ensino que eliminavam a segregação. Na época, ele teve a
missão de ensinar mediações e técnicas de comunicação. Nesse contexto, escreveu seu livro, onde sistematizou o processo que chamou de Comunicação Não-Violenta
(CNV), o qual desenvolveu para resolver conflitos, baseado nos métodos de
terapia de Carl Rogers, com quem trabalhou.
De acordo com Rosenberg, a Comunicação Violenta é a expressão negativa de necessidades não satisfeitas, enquanto que através das técnicas da CNV, adquirimos habilidades para ouvir nossas necessidades mais profundas. Assim, como as necessidades de outras pessoas, por meio de uma escuta ativa e profunda.
O que é a Comunicação Não-Violenta?
A CNV consiste em habilidades de linguagem, pensamento e comunicação que nos permitem conectarmos de forma compassiva com os outros, mesmo em condições difíceis. O processo se baseia em práticas respeitosas que promovem a cooperação genuína e nos orienta a redefinir nossa maneira de nos expressarmos e ouvirmos os outros.
Quando estabelecemos certa qualidade de conexão humana entre as partes envolvidas, a probabilidade de resolver disputas de maneira gratificante aumenta muito. A CNV substitui nossos antigos padrões de defesa, retirada ou ataque em face de julgamento crítico, assim começamos a perceber a nós mesmos e aos outros sob nova luz, fazendo com que a resistência e reações violentas sejam minimizadas.
Aprender o processo permitirá que os praticantes da CNV passem a ouvirem as necessidades dos outros por trás das mensagens que foram expressas em um conflito, mesmo que estas pessoas não sejam conhecedora da CNV. No entanto, elas passam a confiar que suas necessidades e valores foram respeitosamente levados em conta.
Quais São os Quatro Componentes da Comunicação Não-Violenta?
Segundo
Rosenberg, a CNV é baseada em quatro componentes
principais: observação, sentimento, necessidade e pedido. Ao observar de forma
objetiva uma determinada situação, é possível expressar de maneira clara como
nos sentimos em relação a ela, identificando as necessidades que não estão
sendo atendidas. A partir daí, podemos fazer um pedido ao outro de forma
construtiva, buscando uma solução que atenda às necessidades de ambas as
partes.
1. Observação - Consiste em observar
o que de fato aconteceu em determinada situação. O objetivo é fazer esta
observação sem introduzir qualquer julgamento ou avaliação, apenas dizer o que
as pessoas estão fazendo que incomoda ou não. Quando verbalizamos os nossos
julgamentos, diminuímos as chances de sermos compreendidos.
2. Sentimento - Depois da
observação, devemos entender qual sentimento a situação nos despertou. Então,
ficamos feridos, magoados, alegres, espantados, irritados, etc.? É
preciso expressar os nossos sentimentos, nos permitindo ser vulneráveis, isso
vai nos aproximar mais uns dos outros.
3. Necessidades - A partir
do momento que compreendemos qual sentimento nos foi despertado,
então dizemos quais são as necessidades que estão ligadas aos
sentimentos que identificamos. Isto nos levando a falar ou fazer uma escolha, ficando
assim mais fácil compreender a motivação. Todo ser humano tem necessidades, e quando
ela é expressada a possibilidade de que seja atendida é bem maior.
4. Pedido - Eles são a expressão de como gostaríamos de atender nossas necessidades. Assim, a ideia é fazer pedidos claros e específicos usando uma linguagem positiva, em forma de afirmação para que as outras pessoas compreendam o que verdadeiramente nos importa. Na hora de fazer um pedido é muito importante ter consciência de quais necessidades serão atendidas.
Ao adotar a CNV em nossas interações diárias, podemos criar um ambiente de diálogo mais saudável e empático, favorecendo a resolução de conflitos de forma pacífica e construtiva. É importante lembrar que uma Comunicação Não-Violenta não significa evitar conflitos ou suprimir nossas emoções, mas sim expressá-las de forma respeitosa e consciente, promovendo assim uma maior compreensão e conexão entre as pessoas.
Como Utilizar a Comunicação Não-Violenta na Empresa?
O
uso da CNV na empresa contribui para a construção de um
clima organizacional mais positivo e motivador. Quando todos são ouvidos e
respeitados, a colaboração e o trabalho em equipe se tornam mais eficazes,
resultando em melhores soluções e um ambiente de trabalho mais harmonioso.
Na
liderança, a CNV é essencial para estabelecer um clima de
confiança e colaboração. Líderes que praticam a empatia ao se comunicarem com
seus colaboradores demonstram preocupação com o bem-estar de suas equipes e
estão mais abertos para ouvir e compreender diferentes pontos de vista. Isso
cria um ambiente de trabalho mais equilibrado e estimula a participação ativa
dos colaboradores.
Por
sua vez, os colaboradores que adotam a CNV expressam
suas necessidades e preocupações de forma clara e respeitosa. Ao se comunicarem
de maneira empática e assertiva, evitam conflitos desnecessários, os quais prejudicam o fortalecimento das relações interpessoais na empresa.
A
CNV na empresa, tanto por parte da liderança quanto dos
colaboradores, é fundamental para o sucesso e a sustentabilidade do negócio. Ao
adotar esse princípio como uma prática constante, a empresa cria um ambiente
propício ao crescimento pessoal e profissional de todos os envolvidos,
fortalecendo a cultura organizacional e promovendo um clima de trabalho
saudável e produtivo.
Entretanto, o método também pode ser aplicado em relacionamentos pessoais, familiares, educacionais, em negociações, disputas e conflitos de qualquer natureza. Rosenberg fala que a CNV pode estabelecer relações mais empáticas, profundas e eficazes, inclusive tendo sido utilizada em comunidades localizadas em regiões de conflitos e tensões graves.
É preciso diferenciar entre CNV e permissividade. Esta refere à atitude ou postura de ser tolerante ou indulgente em relação a determinados comportamentos, ideias ou situações que pode ser considerado fora das normas ou padrões estabelecidos pela sociedade. Já a CNV é aquela em que a linguagem usada não magoa e não ofende os outros ou a nós próprios. Além disso, é uma técnica que trata-se de expor os fatos evitando adicionar julgamentos e pensamentos sobre eles.
Em suma, neste mundo cada vez mais marcado por polarizações, preconceitos, conflitos e desentendimentos, a Comunicação Não-Violenta se mostra como uma poderosa ferramenta para promover a paz e a harmonia nas relações humanas. Ao praticarmos a empatia, a escuta ativa e a compreensão mútua, podemos conseguir nos comunicarmos de maneira respeitosa, assertiva e solidária com o próximo.
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